Brigada Gavião Fumaça da COEPi inicia planejamento de MIF – Manejo Integrado do Fogo nas RPPNs da Serra dos Pireneus de Goiás em parceria com o ICMBio.

No dia 24 de fevereiro de 2022 recebemos na COEPi a visita do analista ambiental Estevão Carvalho, ponto focal de Preservação e Combate aos Incêndios Florestais na Gerência Regional do Centro-Oeste do ICMBio e do brigadista Max Túlio do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade para conhecerem nosso espaço educativo e sede da Brigada Voluntária de Pirenópolis “Gavião Fumaça”. Estavam presentes os coordenadores da Brigada Wender de Macedo e James Gachet, o brigadista Mateus Terra, o coordenador de apoio Tadeu Costa e o coordenador técnico biólogo Rogério Dias. Após visita ao espaço de agroecologia, estufa de mudas, museu de ciências Oca da Terra e estação de geoprocessamento da COEPi o grupo debateu sobre técnicas de MIF e planos para iniciar a implantação desta importante estratégia para lidar com os incêndios florestais, com foco nas RPPNs da região. Estevão ressaltou que o MIF inclui diversas ferramentas tais como: pesquisa sobre ecologia do fogo, levantamento de conhecimentos tradicionais sobre o uso do fogo, combate a incêndios, queimas prescritas para eliminar excesso de biomassa em locais estratégicos e adequados, queimas controladas em pastagens, aceiros queimados, restauração ecológica, educação sobre ecologia do fogo e MIF e colaboração multi-institucional. Foi comentado sobre a experiência exitosa da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, uma referência nacional de MIF que conseguiu diminuir os incêndios florestais e aprimorar a conservação da biodiversidade daquela região.

Após reunião o grupo subiu a Serra dos Pireneus para conhecer a RPPN Vargem Grande, a maior das 20 RPPNs existentes no município de Pirenópolis. A pioneira foi a RPPN Vagafogo em 1990 e a última a RPPN Vale das Copaíbas criada em janeiro de 2022. A Vargem Grande é um importante atrativo ecoturístico de Pirenópolis, possuindo três belas cachoeiras no Ribeirão do Inferno, diversos tipos de vegetações, rica fauna e a microbacia do Córrego Lajinha, umas das águas mais puras e preservadas da Serra. Infelizmente é também uma das unidades de conservação mais impactadas pelos recorrentes incêndios florestais da região. O grupo foi recebido pelo Sr. Donizete, recepcionista e brigadista da RPPN que explicou os desafios do combate aos incêndios na Reserva. Contou que recentemente adquiriram dois sopradores que vão facilitar bastante futuros combates. Rogério explicou que um dos maiores impactos dos incêndios tem sido nas matas-de-galerias, onde a vegetação é mais sensível ao fogo. Infelizmente muitas árvores foram mortas nas matas por sucessivos incêndios descontrolados na Serra dos Pireneus, ameaçando a conservação da flora, da fauna e dos preciosos recursos hídricos. A intenção do grupo é unir esforços com proprietários de RPPNs, técnicos do ICMBio, gestores do Parque Estadual e APA da Serra dos Pireneus (SEMAD-GO), SEMA-Pirenópolis, Corpo de Bombeiros de Pirenópolis, ABRA – Associação do Córrego Barriguda e Cabeceira do Rio das Almas, AAPSP – Associação dos Atrativos Turísticos de Pirenópolis e Região da Serra dos Pireneus e nossa Brigada Gavião Fumaça para implantar o MIF na Serra visando a diminuição dos impactos dos incêndios e conservar a biodiversidade local.

Essas ações de planejamento e treinamento em MIF assim como a aquisição de equipamentos para a Brigada Gavião Fumaça foram viabilizadas pelo apoio financeiro do Fundo Casa Socioambiental no edital “Fortalecendo Comunidade” (2021) – apoio a grupos de base no enfrentamento de emergências climáticas provocadas a partir de incêndios florestais.

Para saber mais e colaborar com esta iniciativa acesse @brigada.pirenopolis no Instagram.