Visando implementar ações de fortalecimento da comunidade artística e do mercado local em Pirenópolis, executamos o projeto Ateliê COEPi, com recursos provenientes do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás de 2023. Entre os meses de agosto e outubro passados, realizamos variadas atividades no âmbito deste projeto, voltadas para a reestruturação do Núcleo de Artesanato da COEPi.
Desde a construção de sua sede social, a COEPi organiza atividades voltadas para a produção de artesanatos com identidades locais, cerratenses e pirenopolinas. Um caso exemplar é o das oficinas de mosaico conduzidas por Rossana Gehlen, que em 1999 ofereceu as primeiras aulas de artesanato na COEPi, resultando na Coleção Bichos e Flores do Cerrado, em 2006. O mesmo ocorre com Alex Botega: artesão associado à COEPi desde 2008, ficou famoso por esculpir os mascarados coloridos que hoje estão espalhados pela cidade, e que são um símbolo das populares Cavalhadas de Pirenópolis. Ambos executaram o projeto Ateliê COEPi, ao lado dos artistas Jota Clavijo e Patrícia Ferraz. Para além disso, todos que visitam a sede da COEPi podem se encantar com os mosaicos nas paredes, com o relógio solar, com os macramês do coreto, com as esculturas a céu aberto e com outros artesanatos que remetem às belezas naturais, à história e à diversidade cultural de Pirenópolis, ao mesmo tempo em que criam um ambiente propício para a sociabilidade e a criatividade.
Depois da pandemia de coronavírus e da retomada do funcionamento do mercado turístico, que é vital para a economia pirenopolina, diferentes associados perceberam um aumento da visitação na COEPi, sobretudo em espaços como o museu de ciências Oca da Terra. Esta impressão não é equivocada: calcula-se que ao longo de 2022 Pirenópolis tenha recebido mais de 1 milhão de turistas, enquanto o Brasil segue líder do crescimento do mercado turístico em toda a América do Sul. É cada vez mais desafiador, contudo, lidar com os efeitos da expansão dos grandes empreendimentos voltados ao turismo, bem como de outros espaços que não cultivam relações com a cultura e a comunidade local.
Neste cenário, o Núcleo de Artesanato da COEPi vislumbrou, por meio do projeto Ateliê COEPi, a abertura de uma loja para a exposição e a venda de trabalhos artesanais com identidade cultural, feitos em pequena escala e pela comunidade local. Não só isso: os artistas se organizaram e lançaram um selo socioambiental, que anuncia o comprometimento com uma produção responsável, com a democratização do acesso à cultura e a ampliação das oportunidades para a comunidade de artesãos de Pirenópolis. Uma primeira exposição das peças foi realizada em abril de 2024, na Feirança, que é um evento para promover a economia solidária e circular local.
Os recursos do projeto Ateliê COEPi permitiram, ainda, a adequação dos espaços da COEPi – com o conserto de mesas e a construção de novos bancos para uso coletivo –, pois a reestruturação do Núcleo de Artesanatos prevê a expansão de atividades voltadas para a produção artística e artesanal, em oficinas coletivas. A proposta do projeto Ateliê COEPi contemplou, portanto, diferentes estratégias de promoção da cultura local, por meio da produção de artesanatos em papel, mosaico, cerâmica e macramê. Desta forma, o projeto Ateliê COEPi também garantiu que o Núcleo de Artesanato da COEPi estimule o empreendedorismo e a economia criativa, com a gestão compartilhada da produção artística e a criação de oportunidades para artesãos que, como pudemos ver, já fazem parte da história de Pirenópolis.